Penso que esta atividade do Módulo1 tenha sido a mais difícil de todas. Contar com a participação, o conhecimento e a prática de pessoas de diferentes locais do país e amarrar um texto que tenha sentido sobre um assunto tão sério e abrangente que é a Inclusão de alunos portadores de necessidades educacionais especiais. Eu nunca vou esquecer dessa esperiência do apoio e da angústia de todos aqueles que fizeram parte do nosso grupo!
SEGUE ABAIXO O TEXTO...
ATIVIDADE 6 DO MÓDULO 1
ALUNOS PARTICIPANTES:
Cláudia – preto
Glaucia – roxo
Fernanda Ascari – Marrom
Vania Almeida – Verde
Maria José – Azul
Maria do Socorro – Vermelho
Musele Lanza De Mattos – Azul Claro
Silvio Chimenka De Souza – Verde claro
REFLEXÕES CONJUNTAS SOBRE A INCLUSÃO.
A partir das leituras abrimos discussões frente a questão da inclusão. A inclusão aqui entendida, não especifica a quem, mas a todos. Quando se fala em inclusão/integração muitos professores criam barreiras, especificam deficiências, limitam práticas, culpam o governo ou o “sistema de ensino”, a falta de verbas e/ou políticas públicas.
A questão da inclusão entendida num sentido mais amplo perpassa em muitos casos, um campo voltado a dificuldades de “aprender” ou “apreender” aquilo que o programa de ensino propõe aquilo que o professor acredita ser importante, mas, não aquilo que o aluno se interessa. Muitas vezes é necessário refletir sobre as necessidades dos alunos, seus interesses, em fim escutar o que a criança fala ou nos transmite através de outros meios, sobre o que gostaria de aprender ou fazer. Em muitos casos o professor não costuma ouvir o que os alunos dizem ou querem dizer com suas “dificuldades” aparentes.
É sabido que muitos alunos necessitam de encaminhamentos por limitações específicas, encaminhamentos que em geral estão relacionados ao campo da saúde. As demais áreas humanas precisam estar em comunicação constante para que possa ser desenvolvido um trabalho conjunto e que apresente resultados. A família neste caso tem grande peso, não apenas para os alunos que tenham “limitações específicas”, mas a todos. A questão da inclusão ainda é um assunto de difícil entendimento, principalmente àqueles que nunca tiveram acesso a atendimentos em Educação Especial. Acredita-se que talvez este seja um ponto importante para se ter um entendimento maior referente a inclusão, pois, sabe-se que diante da história da Educação, a vertente “Educação Especial” retrata atendimento àqueles que são diferentes fisicamente ou que por alguma razão assumem-se com “discursos” ou “acreditam” em coisas que chocam os outros ou que até mesmo não é aceito num contexto social mais amplo, pois vivemos numa sociedade de consumo e de produção em massa, e TODOS precisam produzir alguma coisa para serem aceitos. E geralmente para ser aceito socialmente precisa “render” algo para a economia.
Frente a questão da inclusão acreditamos que a escola tem um papel importante. O papel de mostrar a sociedade como é possível promover a diversidade num contexto social mais amplo. Um passo importante talvez seja adaptações dos currículos, conteúdos com adaptações para melhor atendimento da diversidade. Tentando favorecer a socialização de todos alunos, promovendo atividades e trabalhando as crianças para aprenderem a se respeitar, a se entenderem e a se aceitarem nas suas limitações e nas suas possibilidades.
A Educação Inclusiva segue o princípio da “educação para todos”. A inclusão em nosso entendimento é: ser respeitado nas diferenças, se sentir parte do grupo e se identificar com ele, se socializando nas trocas de experiências.
Uma escola inclusiva segundo a UNESCO (1994) refere-se ao local em que “as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos por meio do currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com a comunidade. Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades especiais deveriam receber qualquer apoio extra de quem possam precisar para que se lhes assegure uma educação efetiva”. (p. 64)
O debate sobre inclusão traz como ponto chave novas possibilidades de intervenção educativa, em sentido amplo. Nós professores temos a pretensão de que a escola possa ser mais, além de não atrapalhar, possa constituir-se como um espaço de vida e de crescimento. De maneira semelhante, uma educação integradora/inclusiva deve aproximar-se da educação diferenciada, no sentido proposto por Perrenoud (2000), acolhendo a flexibilidade de percursos e complexificando o ensinar e o aprender, através de estratégias que permitam intensa individualização. O professor que não é capaz de flexibilizar objetivos e planejar com certo nível de individualização não consegue trabalhar com classes heterogêneas que historicamente constituíram o campo de atuação escolar.
Temos que aprender a valorizar as diferenças e as individualidades de cada indivíduo. A instituição escolar precisa adaptar-se os seus espaços físicos e pedagógicos, parafraseando Maturana, para atender as necessidades de todos os alunos da educação especial, visto que é de suma importância integrarmos todos os indivíduos com o meio. Por isso que é importante sabermos que para que essa educação aconteça é necessária algumas mudanças como: a definição de sua abrangência, a identificação dos sujeitos-alvo, os procedimentos de diagnostico, a prioridade da prática educativa e a articulação educação especial/educação.
A inclusão é de responsabilidade de todos os envolvimentos no ambiente escolar, as leis são importantes para nos ajudar a entender que precisamos estar sempre se atualizando, buscando compreender as diferenças individuais, sendo que o professor precisa conhecer a realidade na qual os alunos estão inseridos no seu dia-a-dia e buscar com a família meios de trabalhar as diferenças , registrar os acompanhamentos do aluno no ano letivo para saber se o aluno está se desenvolvendo, o que é preciso que melhore e assim juntos encontrar caminhos para superar as dificuldades e melhorar a auto-estima dos próprios alunos e da família.
Para que realmente ocorra a inclusão, deve haver uma organização educacional “voltada” para as diferenças, sendo que estas muitas vezes são vistas como empecilho para o bom andamento de uma aula. Incluir não requer somente adicionar um aluno com limitações em um ambiente de pessoas ditas normais, e sim promover a integração desse aluno com o meio e o meio com esse aluno, para que este apesar de exigir um pouco mais de atenção possa evoluir naturalmente.
A Inclusão então, refere-se a ações abrangidas por todos, pois cada agente que está envolvido no ambiente escolar (alunos, professores, administração, serventes) tem seu papel e recebe sua parcela de benefícios ao participar da promoção da inclusão. Os alunos ganham ao aprender a conviver com a diversidade e respeitar as diferenças. A equipe pedagógica ganha por ter que se adaptar a trabalhar com a diversidade e aprenderem novas didáticas e métodos. Por fim, a sociedade se beneficia com a inclusão. Todos têm sua parcela de participação e atuação na construção de uma sociedade mais humanitária, uma educação voltada para o ser humano.
BIBLIOGRAFIA:
UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994.