Durante minhas férias li um artigo muito interessante de uma colega de trabalho. Sua formação é na área da Educação Especial com Pós-graduação em Gestão Educacional (Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, RS).
Simone Maria de Azevedo (autora do artigo) fez uma pesquisa durante o ano de 2005 tendo como objetivo investigar o modo como os gestores educacionais organizam suas ações pedagógicas para efetivar a proposta de inclusão. A pesquisa constituiu-se num estudo de caso. Através de entrevistas semi-estruturadas e análise de documentos a autora buscou investigar uma escola pública do ensino fundamental da rede estadual no centro da cidade de Santa Maria, Estado do Rio Grande do Sul.
Os sujeitos da pesquisa foram: diretora (com graduação em Pedagogia), orientadora educacional (com graduação em Pedagogia e Especialização em Orientação Educacional), coordenadora pedagógica (com graduação em Pedagogia e Especialização em Supervisão Educacional, educadora especial (com graduação em Educação Especial, Especialização em Desenvolvimento de Pesquisa e Mestre em Educação) e professora de educação infantil (com graduação em Filosofia e curso adicional de 360h assegurando o direito de atuação com educação infantil) com aluno incluído.
Embora a pesquisa tenha sido realizada no ano de 2005 ela retrata coisas atuais e que muitos de nós vivenciamos na prática de sala de aula.
A análise dos dados esclareceu que o entendimento dos gestores em torno da temática “inclusão escolar” identificou que a maioria concebe esse processo como um meio de assegurar o acesso e permanência dos alunos com necessidades especiais nas escolas regulares. Ainda que a inclusão escolar tenha isso como propósito, não se pode desconsiderar que existem vários outros aspectos relacionados a organização da escola que precisam ser compreendidos e encaminhados pelos gestores para ter um bom andamento e funcionamento.
A questão do êxito no processo de inclusão foi frisada e direcionada aos professores em relação a mudança de atitudes e a constante formação para que possam sentir-se preparados para o trabalho prático em sala de aula.
Percebeu-se vários obstáculos de ordem comportamental: medo, despreparo, resistência, práticas isoladas, pouco conhecimento.
O projeto político pedagógico da escola apresentou fragilidades e necessidade de revisão por estar desatualizado. O documento deve ser revisto a cada ano e rediscutido aspectos por todos os envolvidos.
A pesquisa feita pela autora, mostrou um pouco do que vivemos atualmente nas escolas.
É necessário frisar que em se tratando de Inclusão Escolar todos os que estão envolvidos neste ambiente desde os gestores até os professores e demais funcionários fazem parte deste processo e precisam de esclarecimentos e formação para discutir sobre essas questões, suas dúvidas, seus medos, suas “certezas”, só assim, dando movimento ao conhecimento é que se torna possível a prática inclusiva. Nada é possível de forma isolada, é necessário união, companheirismo, discussões e esclarecimentos para que de fato se promova a Inclusão Escolar.
Vale a pena ler o trabalho na íntegra:
“ A Organização dos Gestores Educacionais Frente ao Processo de Inclusão Escolar” – Simone Maria de Azevedo – Universidade Federal de Santa Maria/ Orientadora: Andréa Tonini – 2005.